Evento no Rio discute memória, escravidão e o papel da Justiça Federal
Nesta quarta-feira (19), véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, o Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF) promove uma série de atividades dentro do projeto Valongo: Justiça pela Memória do Cais, iniciativa que reafirma o compromisso da Justiça Federal com a valorização da memória, a equidade racial e a justiça social.
A programação começa às 14h30, com a aula magna "Memória da Escravização: o papel da Justiça Federal para a reparação histórica", ministrada por juristas e historiadores, e segue pela tarde. O evento é transmitido ao vivo pelo YouTube, nos canais do CJF e do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
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Com o objetivo de promover uma reflexão sobre o legado da escravização, por meio de atividades culturais e educativas, o projeto Valongo é inspirado em decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro e surgiu das medidas voltadas à preservação do Cais do Valongo, sítio arqueológico reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Mundial da Humanidade e símbolo do tráfico transatlântico de escravos.
As atividades desta quarta-feira têm o apoio da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), do TRF2, do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) e da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
A programação inclui a palestra "O impacto do protocolo para julgamento com perspectiva racial na efetividade da Justiça" e, às 16h30, a conferência "Escravização: o papel da Justiça Federal na preservação da memória e na garantia de reparação".
A coordenação-geral é do ministro Luis Felipe Salomão, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do CJF, diretor do CEJ e corregedor-geral da Justiça Federal. A coordenação científica do evento está a cargo do ministro Benedito Gonçalves, diretor-geral da Enfam, e a coordenação-executiva está sob responsabilidade da juíza federal Vânila Cardoso André de Moraes, auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça Federal.
Livro e exposição
Para encerrar as atividades do dia, às 18h, serão lançados o livro e a exposição digital Valongo: Justiça pela Memória do Cais, uma produção da Assessoria de Comunicação Social do CJF, que combina linguagem acessível, rigor histórico e sensibilidade artística. As aquarelas que compõem as produções são de autoria da servidora Maria Clara Teixeira de Assis. As imagens dialogam com o texto, convidando o público a refletir sobre o passado escravocrata e o compromisso contemporâneo com a reparação histórica.
A exposição digital Valongo: Justiça pela Memória do Cais ficará aberta ao público de 20 de novembro a 19 de dezembro, na Galeria Cela do CCJF, no centro do Rio de Janeiro. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 11h às 19h.
Podcast e site
O projeto inclui, ainda, um podcast com três episódios contendo entrevistas de historiadores, antropólogos e representantes da Procuradoria-Geral da República, do Instituto Cultural Palmares, da Defensoria Pública da União e do Instituto dos Pretos Novos. A série apresenta uma narrativa aprofundada sobre a escravização no Brasil e o papel do Judiciário no combate às desigualdades históricas.
Todo o conteúdo estará disponível em um site criado exclusivamente para reunir as produções do projeto Valongo: Justiça pela Memória do Cais e ampliar o acesso de pesquisadores e do público ao material.
Com informações do CJF.